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O Fantasma da Ópera


"Pense em mim"

Pense em mim, pense em 
mim com carinho quando
nos despedirmos.
Lembre-se de mim de vez
em quando. Por favor,
prometa-me que irá tentar.
Quando achar aquilo que 
tanto deseja venha buscar
o seu coração e fique livre, 
e se tiver um momento pense
um pouco em mim.

Nunca dissemos que o nosso
amor era perfeito, nem imutável
como o mar, mas se ainda puder
se lembrar, pare e pense em mim.
Pense em todas as coisas que
passamos e vimos, não pense
em como as coisas deviam ter 
sido.

Pense em mim, quando
acordava silenciosa e resignada.
Imagine me esforçando para
afastá-lo dos meus pensamentos.
Lembre daqueles dias, relembre
aquela época, pense nas coisa
que nunca faremos. Nunca
haverá um dia em que eu não
pensarei em você.

Faz tanto tempo, parece que
faz tanto tempo! Éramos tão 
pequenos e inocentes, talvez 
ela não se lembre de mim, mas
eu me lembro dela.

As flores perecem, as frutas 
do verão perecem, elas tem 
as suas épocas, assim como nós,
mas, por favor, prometa que de
vez em quando você vai pensar
em mim.




"O Fantasma da Ópera"

No sono, ele cantou para mim
nos sonhos, ele veio. Aquela voz 
que me chama e fala meu nome
Será que sonho novamente? pois
eu sinto que o Fantasma da Ópera está 
aqui dentro da minha mente.

Cante mais uma vez comigo nosso 
estranho dueto. Meu poder sobre você
cresce ainda mais forte, e apesar de se 
afastar de mim para olhar pra trás,
  o Fantasma da Ópera está aí
dentro da sua mente.
 
Aqueles que viram seu rosto recuaram-se 
com medo, eu sou a máscara que você usa,
é a mim que eles ouvem. O seu espírito
e a minha voz/ O meu espírito e a sua voz
misturados em um só. O Fantasma da Ópera está aqui
dentro da minha mente.

Ele está aqui, o Fantasma da Ópera...




"A música da noite"

A noite aguça acentua as sensações,
a escuridão emociona e desperta a 
imaginação. Silenciosamente os sentidos
abandonam as defesas...

Suave e gentilmente a noite revela seu 
esplendor, pegue, sinta, trêmula e suave.
Esconda o seu rosto da luz brilhante do dia.
Afaste seus pensamentos da luz fria e insensível 
e ouça a música da noite.

Feche os olhos e entregue-se aos seu mais
obscuros sonhos, purifique seus pensamentos
da vida que você conheceu antes!
Feche seus olhos, deixe seu espírito começar a voar 
e você viverá como nunca viveu antes.

Suavemente e primorosamente a música vai 
acariciá-la. Ouça-a, sinta-a possuí-la secretamente.
Abra sua mente, liberte suas fantasias nesta escuridão
que você sabe que não pode combater
A escuridão da música da noite.

Deixe a sua mente começar uma jornada
através de um estranho mundo novo.
Abandone todos os pensamentos
do mundo que você conhecia antes,
deixe que a sua alma a leve onde você 
deseja estar. Só então você pode ser minha.

Flutuando, caindo em doce intoxicação
Toque-me, confie em mim, saboreie cada 
sensação, deixe o sonho começar,
deixe seu lado mais sombrio ceder
ao poder da música que eu componho,
o poder da música da noite.

Somente você pode fazer a minha canção 
decolar, ajude-me a fazer a música da noite.


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Mariza em voz e cia.



Divina, divina, divina, divinos!




"Ai funesta primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia"


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Albatroz




Procurei
a ternura
inesperada
e o desenho solto
das tuas asas
lançou âncoras
de palavras
em vôos graciosos
e brandos


Para lá
dos navios
das poesias
abraçou mosteiros
da imaginação
anjo esboçando
litorais de liberdade
desejo singular
na busca da unidade


Nutres
a costa marítima
da minh'alma
desaguas no estuário
do meu peito
resguardando as ondas
do meu respirar
refúgio
da minha vida


Na Mansão
da bondade e da virtude
há madressilvas
de sorrisos
e cortejos de alegria,
de coração alado
aguardo-te:
pleno de ti,
 dono de mim.

(Luísa Ribas) 

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Cálice



Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

(Chico Buarque/Gilberto Gil)


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