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Gloomy Sunday

Ouvindo algumas versões da música Gloomy Sunday, chego a sentir um arrepio pela profundidade sombria que está por trás dela. Essa canção foi composta pelo pianista e compositor húngaro Rezsõ Seress, e tristemente foi associada a uma lenda urbana originada pela própria vida do compositor, o que lhe conferiu bastante notoriedade. Dizia-se que a canção trazia uma mensagem subliminar que levava as pessoas que a ouviam a cometer suicídio. Esse mito teve origem no suicídio do próprio Seress, aparentemente por motivos amorosos, e logo em seguida foi sustentado por uma série de suicídios por onde quer que a música passasse (o mito ainda persiste até hoje).

Essa “Hungarian suicide song”, como era chamada quando chegou aos EUA em 1936, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial e ainda em plena ressaca da Grande Depressão, que assolou o mundo com a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, foi um dos primeiros casos de exploração publicitária de um mito urbano, o que a tornou um enorme sucesso.

Através desse cenário desolador, que persistiu por alguns anos e trouxe complexos psicológicos e emocionais para uma população já sem soluções para seus problemas, é de se esperar que, ao ouvirem a versão original de Seress, as pessoas se deparassem com um ambiente de tristeza que atravessa toda a música, cuja letra transmite um espírito de desespero e ausência de esperança.


"É Outono e as folhas estão a cair
Na Terra todo o amor morreu
O vento está a carpir com lágrimas tristes
O meu coração não mais esperará por uma nova primavera
As minhas lágrimas e as minhas mágoas são todas em vão
As pessoas são impiedosas, gananciosas e perversas...


O Amor morreu!


O mundo chegou ao seu termo, a esperança deixou de ter significado
Cidades estão a ser devastadas, o estilhaçar está a fazer música
Prados tingem-se de vermelho com sangue humano
Abundam mortos nas ruas
Direi outra prece silenciosa:
As pessoas são pecadoras, Senhor, elas cometem erros...
 
O mundo acabou!"


(Gloomy Sunday - Reszô Seress)


Logo se tentou suavizar o tom de desespero excessivo, o que resultou na substituição da letra original por versos menos dramáticos do poeta húngaro László Jávor. Depois, surgiram duas versões em inglês: uma por Sam Lewis e outra por Desmond Carter. A versão de Carter é mais dramática e sombria, mas menos popular que a de Lewis, que, ao meu ver, é tão melancólica quanto.

Lewis foi mais interpretado no meio musical por cantores como Billie Holiday, Elvis Costello, Sarah Brightman, Björk, The Associates, Sarah McLachlan, Sinéad O’Connor, Heather Nova, entre outros.



(Cenas do filme Gloomy Sunday - Ein Lied von Liebe und Tod)


"Domingos são sombrios, as minhas horas sem sono
Queridas são as inúmeras sombras com as quais convivo
Pequenas flores brancas nunca te acordarão
Pelo menos não aonde a carruagem negra da dor te levou
Os anjos não pensam em te devolver jamais
Será que eles ficariam zangados se eu me juntasse a ti?
Domingo sombrio.

Tenebrosos são os Domingos passados nas sombras
O meu coração e eu decidimos acabar com tudo
Daqui a pouco haverão velas e orações que dizem saber
Mas não os deixem chorar, deixem saber
O quão feliz estou por partir. A morte não é um sonho
Pois na morte eu te acaricio com o último suspiro da minha alma
Eu te abençoarei.
Domingo sombrio.

Sonhando, eu estava apenas sonhando, Acordo 
e encontro-te a dormir no fundo do meu coração
Meu querido, eu espero que o meu sonho nunca te persiga
O meu coração me diz o quanto eu te quero."

(Gloomy Sunday - Sam Lewis)



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Será que...




"Se eu deitar aqui
Se eu simplesmente deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria o mundo?"

(Chasing Cars - Snow Patrol)

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