O que sobrou do nada
Nada fácil de aceitar, após fatigadas tentativas de reestruturação física, mental, emocional, que traduzia a única forma de não poder fugir. Deparar-se em fatos extremos de impiedade e frieza, que humanizada, de tanta beleza chega a ser robótica. Rompendo afetos que nem sequer chegaram a ter vínculos, mas, que muito dizia, apenas unilateralmente, e não necessário para se convencer de reciprocidade. Amando quem transparecia ruídos de já não possuir sentimentos, há tempos todas as brechas estavam tampadas e o erro foi de quem não percebeu e escolheu mergulhar nesse desconhecido, atraente, mas transbordando perfídia.
Enganos que o coração bloqueia para que se caminhe a esmo, longe dos fatídicos planos do destino, e ao despertar, lá do alto despenque no solo sem amortecedores, nisso, as mágoas espalham-se vorazmente destruindo a essência de um ser. Procura-se culpas e culpados como forma de amenizar a dor, em vão.
Por algum tempo ainda resistiu, mas o impacto da realidade deixou-o retraído, sem forças, percebeu que um único coração não pode pulsar por dois corpos, findou-se o conflitante retrato de mentiras na contramão, de canção sem notas, de olhar sem expressão, de beijo sem calor, de corpo sem alma. Ele apenas disse adeus ao que sobrou!
"Pintar outra foto preto e azul
Tomar outro momento um ou dois
Só para te esquecer...
Dê uma olhada em que costumava ser
Agora eu sou apenas um navio perdido no mar..."
(Goodbye To The Girl-David Cook)
Tomar outro momento um ou dois
Só para te esquecer...
Dê uma olhada em que costumava ser
Agora eu sou apenas um navio perdido no mar..."
(Goodbye To The Girl-David Cook)