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Por falar de amor



Refiz a outra canção perdida mais uma vez, só porque descobri indícios de que nossa sintonia permanece unida, mesmo lá e cá. Mas já serve, apesar de leve, no íntimo intrínseco meu e naquele olhar blasé seu — nosso.

Ainda assim, a resposta se perde nos rodeios da timidez e da insegurança. Talvez a solidão seja mais insistente e mais forte do que o nosso querer — simples reféns.

A reciprocidade conduz a certeza mais incerta, simbolizando o carinho repousado, só ao longe, o qual se transforma em fáceis percepções: a ligação interna.

O tempo nos favorece, meu bem. Chega de passear no esconderijo; tapeie a ilusão, venha para a luz e entenda como as notas se encaixam melhor nessa nova versão que fiz para nós.

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Pimpo e Frida



Finalmente encontrei! Foram dias procurando, pensando em todos os lugares possíveis onde eu poderia tê-lo deixado. Depois de muito mexer nos guardados, abro um sorrisão ao vê-lo ali, louco para ser lido novamente. Agora ele está bem guardado e, desta vez, não esqueço mais onde deixei.

"Minha Primeira Paixão" é um dos meus livros favoritos, daquelas leituras lá da adolescência, mas ainda hoje gosto muito de relembrar a historinha de Pimpo e Frida, aqueles dois colegas de classe que se detestam, brigam feito cão e gato, e depois descobrem que são loucos de amor um pelo outro. Tão bonitinhos!

Só para dar uma pausa nas leituras mais sérias e relaxar a mente com essas coisinhas docinhas e juvenis.



"O  coração  disparou  dentro  do  peito e
um  friozinho  me   correu  pela  espinha, 
igual   quando  a  gente  fica  com   medo 
assistindo   o    filme   de    Drácula.   Mas
aquilo   nada   tinha   a   ver  com  medo. 
Nada a ver... Parecia que o mundo tinha 
sido inventado naquela hora. Nada mais 
parecia    existir    senão   eu   e   Frida..."

(p. 79-80)


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Ocaso




O corpo inerte, enquanto lágrimas esvaziavam o amargor do último pôr do sol, memorizava todas as palavras inversas em conflito com o eu. Era outono, época em que as angústias costumavam perseguir seus instintos; temia ser a vítima, repetidamente. Nunca sentira a reciprocidade de um toque, até que um olhar profundo juntou os pedaços do que se entendia por sentimento — um beijo que jamais pôde esquecer.

Não ouvia mais o seu herói. Quis arrancar o próprio coração, já não suportando mais aquela dor, ainda com a aliança que os unia na mão direita. Jurou ser a última vez que se entregaria à estupidez. Os passos pesavam, necessitando repouso; o cansaço era visível. Queria se esconder no abismo mais escuro, encostar-se nos pensamentos mais sombrios ao ler as líricas — agora borradas de lágrimas — que mostravam toda a paixão encarnada de um ser que respirava emoções. Derramou todo o pranto que pôde, lastimando o abandono.

Insana, desistiu de amar. Decidiu deixá-lo ir, sem formas de entender o porquê. Despediu-se, e aquela foi a última vez em que viu olhos de amor.


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