Coisas que só eu sei
— “Quem quer que sejas” — disse o cetim — “não te gabo o gosto! Tomara eu saber o que vês em mim, que tanta impressão te faz!”
— “Nada” — respondeu o veludo.
— “Então, deixa-me, ou diz-me alguma coisa, ainda que seja uma sensaboria, mais eloquente que o teu silêncio.”
— “Não te quero embrutecer. Sei que tens muito espírito, e seria um crime de lesa-Carnaval se te dissesse alguma dessas graças salobras, capazes de fazer calar, para todo o sempre, um Demóstenes de dominó.”
(Camilo Castelo Branco)







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