Pulsar
Em meio a um período de ausência, surge uma saudade inquietante e, ao revisitar as memórias, percebe que, desde o primeiro contato, despertou um sentimento profundo — como o reconhecimento silencioso de almas que dançam no eterno reencontro das existências.
Um olhar que destila ternura. Uma voz serena que, suavemente, acalenta o espírito. Um gesto levemente desajeitado, repleto de um charme singular, imprime à sua presença um selo único e memorável. Uma inteligência de fascínio natural firma a essência de seu magnetismo sedutor — um sopro discreto que alimenta suas inspirações.
A cada troca fugidia de olhares, arde, em silêncio, um desejo crescente de um encantamento sutil, um sortilégio invisível entrelaçando os sentidos.
Tem plena consciência das inviabilidades que permeiam tal afeto — e, ainda assim, rende-se a ele com a serenidade de quem reconhece seu valor. Em tal sentir, encontra-se uma essência que a revigora, qual vento tenro da juventude que, invadindo o presente, lhe outorga leveza e um alento doce, perene.
Num breve interlúdio, liberta-se dos fardos silenciosos que a maturidade impõe, das inevitáveis exigências do tempo e dos ditames rigorosos da razão — navegando por um intenso querer, onde a alma se desprende, se eleva, suspensa entre o peso da realidade e a leveza do sonho.
Sensações outrora adormecidas ressurgem com suavidade, envolvendo uma doçura ancestral — como se renascesse no fulgor das paixões juvenis: ingênua, intensa, esplendorosamente viva.
Ao universo, oferece a mais íntima gratidão por ter tecido, em sua travessia, o improvável encanto dos encontros — centelhas imprevistas que reacenderam sua forma de existir.
29/07/25
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