Ao vento
Ainda que o abismo pareça infinito e os passos transpareçam o cansaço de uma alma ferida, faz-se notório que este é o caminho a seguir. Conduz em seu íntimo sentidos sombrios que muito dizem apenas com uma forma de olhar. Há pouco, seus pés pisavam em pétalas de rosas, seu corpo suavemente flutuava, seus sonhos se faziam alcançáveis, mas a tempestade assoladora arrancou de suas mãos e deixou marcas profundas, indesejáveis e cruéis.
Jogada ao vento como forma de sentir os encantos mais ocultos da natureza e o ímpeto do viver, corre em direção aos passos perdidos entre raios e trovões, e em sintonia com as feras perversas, recosta-se no som e na fúria dos quereres. Mesmo em silêncio aflito, sente desejo de sorrir, sorrindo...Não oculta sua façanha, mas sabe que por trás do sorriso, escondem-se lágrimas que jorram sempre que percebe que não está vivendo um sonho.
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