Waters, Gilmour e Confortably Numb
Sensação assim chega a me deixar sem ação, sem palavras; só as emoções parecem funcionar. Admiração aqui transborda ao extremo pela personalidade singular de Roger Waters e pela voz maravilhosa de David Gilmour. Fica o gostinho de Pink Floyd 2011! Em meio a tudo isso, nem preciso dizer nada, apenas sentir. Só faço minha as palavras do meu caro amigo Diego Nogueira:
"Boa sensação estranha de estar vivo pra ver isso!"
Eu não posso explicar, você não iria compreender
Isto não é o que eu sou
Estou me tornando confortavelmente entorpecido..."
(Pink Floyd - Comfortably Numb)
Após o impacto que o ator Heath Ledger causou em sua magnífica interpretação do Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas, vivenciava-se o ápice de um brilhante ator, mas destinado a uma grande tragédia. Assim, em janeiro de 2008, os amantes do cinema perderam um jovem e admirável artista, lamentavelmente.
Desde o filme Dez Coisas que Eu Odeio em Você, já era perceptível que seu dom de atuação seria cada vez mais marcante. Assim, em Coração de Cavaleiro, Honra & Coragem – As Quatro Plumas, O Devorador de Pecados, O Segredo de Brokeback Mountain (um dos meus favoritos) e Batman: O Cavaleiro das Trevas (deixou sua marca, também favorito), sua imagem parecia decolar em um voo promissor.
O fato é que sua performance no papel do Coringa foi tão extraordinária que alguns críticos diziam ser praticamente impossível alguém superar sua atuação, e que o próprio Ledger talvez não conseguisse ter outra performance tão incrível. Mas, em seu último filme, que ficou inacabado, O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, ele mostrou que um grande ator será sempre um grande ator, não importa o personagem.
Com a morte de Ledger em meio às gravações, o diretor Terry Gilliam pensou em cancelar o filme, mas foi proposta uma forma de dar continuidade à trama: contar com a participação de Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell interpretando o personagem de Heath Ledger – Tony – quando este entrava no espelho imaginário. Essa ideia se mostrou tão perfeita ao que a história do filme propunha que todo esse mundo de ficção e magia parecia ideal; a mudança de face sempre que Tony entrava no mundo da imaginação foi uma cartada de mestre. Ledger foi homenageado pela produção com a continuidade da obra.
O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus nada mais é do que uma expressão da nossa realidade: os pecados que cometemos, as histórias que refutamos viver, os erros que tememos assumir, os sonhos que deixamos passar pela nossa vida, o capitalismo que nos consome, o egoísmo, o desejo de amar e ser amado.
Esta é uma das grandes obras que o cinema já produziu, e digo: o mundo perdeu um magnífico ator!
ou fracos, eles estão além do medo porque eles serão jovens para sempre..."
O sonho atordoante tencionava paralisar os pensamentos gélidos que Scarlett, por tantas vezes, fizera questão de entorpecer. Um amor que partira e um orgulho que se negava a aceitá-lo de volta. Os instintos diziam que era medo de amar.
Da janela, encarava a brava chuva sem temer as dores internas que resultariam em solidão profunda. Nem o frio pôde impedi-la de misturar suas lágrimas quentes aos pingos rudes da chuva — uma sensação de renovação, de leveza em seu espírito, como se quisesse provar a si mesma que conseguiria seguir em frente.
Conselhos eram descartados sem nenhuma chance de consideração; sua própria opinião era a força de que necessitava para manter os pés firmes. Ainda assim, sentia que suas noites permaneceriam sombrias — por tempos infindos, por vezes sofridas, por horas caladas. Com a voz trêmula, causada pelo frio da chuva, Scarlett repetia por diversas vezes: — Eu sobreviverei...









