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Convivência


Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

- Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!

Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as do saco e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.

- E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram.

- Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.

Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucarem.

Então o velho disse:

- Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas.

(Autor desconhecido)


  Um ditado alemão diz:

"Wenn du etwas liebst, lass es los.
Wenn es wieder kommt, ist es dein.
Wenn es nicht wieder kommt,
Ist es nie dein gewesen."

(Se amas algo, solta-o:
Se voltar, é teu;
Se não voltar,
Nunca te pertenceu.)
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Refúgio




Por todas as vezes que te busquei, 
Até nos mais inflexíveis dos meus dias; 
Pelo simples sorriso que me acolhia; 
Pela beleza da lua que se tornava mais 
Cintilante no reflexo do teu olhar; 
Pelo deleite de estar perto... 

Por ironia, hoje eu só queria que você não estivesse aqui, 
Que sua imagem não ultrapassasse a linha,
Porque é cruciante te amar.
Transformei a sua ausência em antídoto
E mantê-lo distante se tornou o meu refúgio.


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Talvez amanhã




(...) As mãos lívidas repousavam sobre a velha escrivaninha empoeirada de resquícios em Ode ao Sr. Tempo. Em sua vista tudo ainda estava exatamente como outrora, não fossem as sensações que o tomavam sem clemência. O frio e o silêncio insistiam em tornar aquele lugar num completo desconhecido, escuro e vazio. Seus olhos observavam, quase indolentes, passagens misturadas ao odor indistinto do morfo e a tinta amena no folheto, agora amarelado, o qual havia escrito sua frase favorita: CARPE DIEM! (Aproveite o dia!), e que estranhamente não mais lhe traduzia tanta significância, tal como a janela que costumava esperar o pôr-do-sol trazendo seu esplendor, olhou fixamente seus vidros pálidos e o pequeno jarro portando flores secas, as mesmas flores da partida, parecia a lápide dormente de sonhos opacos. Seu corpo adormecia frente a imagem refletida no espelho, percebeu que o frio que sentia não era causada pela temperatura do ambiente, mas sim a da sua alma, e sentiu falta. Sentiu desejo de ser como antes, de amar, sentiu saudades das loucuras agridoces proporcionadas pela paixão. O que mais lhe doía era saber que todas as feridas foram cicatrizadas e nenhuma lembrança sequer lhe causava temor. Fotografias, cartas e momentos pareciam exclusos da sua mente e do coração. Sob o mesmo teto em que viveu seus melhores dias tudo era frio e silencioso, isso era o que sentia. Sussurrou consternado à aspereza da sua punição. - Ninguém merece viver assim, vazio. Sentiu desejo de sentir o calor do amor novamente, sentiu desejo de reconhecer o seu lar novamente, e então sentiu o desejo de se reconhecer novamente.


"Então talvez amanhã encontre
 meu  caminho  para  casa."

(Maybe Tomorrow-Stereophonics)

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Misteriosamente a sua primeira rosa




"Nalgum lugar em que eu nunca estive
Alegremente além de qualquer experiência
Teus olhos tem o seu silêncio
No teu gesto mais frágil.
Há coisas que me encerram
Ou que eu não ouso tocar
Porque estão demasiado perto.
Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
Embora eu tenha me fechado como dedos
Nalgum lugar...

Nada que eu possa perceber neste universo
Iguala o poder de tua intensa fragilidade
Cuja textura
Compele-me com a cor de seus continentes
Restituindo a morte e o sempre
Cada vez que respirar
..."

(Nalgum Lugar-Zeca Baleiro)


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Precisamos de humanidade




"(...) O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.


Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.


Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e s
entimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. (...)"



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Fado Improvável-Os Barbixas


Só porque eu já nem sei quantas vezes vi esse vídeo e cada vez ele fica mais engraçado, e também por admirar o trabalho desses moços, escolho-o para espalhar alegria aqui neste espaço.




Que o bom humor continue sendo o combustível dos meus dias. 

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Somewhere Over The Rainbow




"(...) - Ainda assim , disse o Espantalho, quero um cérebro em vez de um coração, porque um tolo não saberia o que fazer com um coração se tivesse um.
 
- Fico com o coração, respondeu o Homem de Lata, porque cérebro não faz ninguém feliz, e a felicidade é a melhor coisa do mundo.

- Meu amigo galvanizado, você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem…” 
  
(O mágico de Oz)

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Deixar fluir

"O recomeço é sempre difícil para todo mundo. Por isso não se importe tanto com o lugar onde você parou, com o que você perdeu, ou com o que poderia ter sido, a gente cansa mesmo, não importa em que ponto esse cansaço surja. Chega um momento em que temos que nos permitir a inércia pessoal, para podermos refletir, chegar até as profundezas do nosso eu. Ficar quieto e ouvir o que há dentro de nós.  

O importante mesmo é ter a coragem de recomeçar. Dar a si mesmo a chance de se refazer, de se reciclar ou de chegar a conclusão de que é melhor continuar sendo você mesmo. Por que, não? Recomeçando a gente renova as esperanças em nós mesmos e na vida. A gente sofre, perde e ganha, chora e ri, mas nesse ciclo de reviravoltas, a gente aprende, e muito. 

Contudo, não se engane quem pensa que é um caminho fácil, você se sente só, perdido, sente raiva, mágoa, incompreensão e muitos outros sentimentos descartáveis que vêm como acompanhamento, mas depois dessa ‘desintoxicação’, sua alma é lavada. 

E depois de todos esses processos, é hora de reiniciar a vida. Hora de dar start no coração e reviver, renascendo, como uma Fênix renasce das cinzas para iluminar, incinerando qualquer vestígio de desengano e despropósito. 

Só é preciso ter a certeza de que na vida, tudo tem começo, meio e fim. Mas depois disso, o ciclo recomeça, pois o fim só chega mesmo pra quem não crê em recomeços."

(C. Q)
 

"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida, Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas, vão e vem. Planos se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só!"
 
                                                                                                                                     (C.F.A)

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Orgulho Asteca


"(...) Embora as paredes da sala do trono estivessem repletas de tapeçarias de penas e painéis de pintura, não havia outros móveis além do trono, aquelas cadeiras baixas para as visitas e, bem em frente ao ueytlatoani, uma mesa baixa de ônix negro sobre a qual repousava, voltado para ele, um branco e reluzente crânio humano.
- Meu pai, Coiote Abstinente, o pôs aí - disse Nezahualpili, ao perceber que eu olhava para o objeto. - Não sei a razão. Pode ter pertencido a algum inimigo derrotado, para o qual gostava de olhar com maldosa satisfação. Ou algum ente querido perdido pelo qual nunca deixou de chorar. Ou conservou-a pela mesma razão que eu.
- E que razão é essa, senhor porta-voz? - Perguntei.
- Entram nesta sala enviados trazendo ameaças de guerra ou propondo tratados de paz. Chegam cheios de queixas, reclamações, ou pedindo favores. Quando essa gente dirige-se a mim, seus rostos podem contorcer-se de raiva, abater-se de sofrimento ou sorrir, em falsa devoção. Deste modo, enquanto os ouço, não olho para os seus rostos, mas para esta caveira.
Só consegui dizer:
- Por que, meu senhor?
- Porque este é o rosto mais limpo e mais honesto do homem. Nenhuma pintura ou disfarce, nenhuma astúcia ou careta, nenhum piscar furtivo ou sorriso para angariar minha simpatia. Apenas um riso irônico e imutável, zombando das preocupações e urgências dos vivos. Quando uma visita pede que eu promulgue uma lei imediatamente, contemporizo, dissimulo, fumo um poquietl ou dois, enquanto olho longamente para esta caveira. Ela me lembra que as palavras que pronuncio podem sobreviver à minha própria carne, podem se manter durante muito tempo como firmes decretos. E que efeito farão nos que então viverem? Ayyo, frequentemente esta caveira tem me prevenido contra decisões impacientes e impulsivas. - Nezahualpili voltou os olhos da caveira para mim e sorriu. (...)"

(Trecho do livro "Orgulho Asteca" pp. 220 - 221.)


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Verdade




"A verdade é que a maioria das pessoas não está nem aí para a alta dos preços, para a cotação do dólar ou pra corrupção dos deputados. A verdade é que mesmo quando os jovens se mobilizavam, o intuito da maioria não era muito diferente de quando, hoje, alguém compartilha pela internet algum manifesto sobre liberdade. A verdade é que pouca gente se importa com o drogado na rua, e que ninguém se lembra que o Haiti ainda é pobre. A verdade é que a camiseta importada da Nike pode ter sido confeccionada pelas mãos de uma costureira em regime de trabalho quase escravo. A verdade é que todos esquecem que também somos animais, que pouca gente para pra pensar na situação humana e que os poucos que pensam na maioria das vezes se julgam superiores. A verdade é que ninguém é superior, mas no fim das contas o que dita isso é o dinheiro. A verdade é que a Google vai dominar o conteúdo na rede. A verdade é que há muito mais de uma teletela em um monitor do que se pode imaginar. A verdade é que todos deveriam ler Shakespeare, ser bilíngues e viajar mundo a fora. A verdade é que quase ninguém entende porque La Gioconda vale tanto. A verdade é que o ócio é menos criativo do que o que dizem. A verdade é que o rechilieu de Cachoeira e São Félix é tão arte quanto Oswald de Andrade. A verdade é que a maioria dos brasileiros confunde diretas já com o fim do regime militar... A verdade é que o pensamento filosófico oscila feito um pêndulo. É verdade tudo que Sócrates disse a respeito do conhecimento. É verdade que não há verdade absoluta..." 

(B. L.)  

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Preâmbulo de um padecer




Fez silêncio! Num desbotar do pensamento, esvaí ante a seta que me lançava amargurados rumores. Era mais um dia comum, os pássaros cantavam, o vento soprava ameno e o crepúsculo nunca se mostrara tão belo, até então, como um aviso de que tamanha calmaria vestia disfarce, guardava surpresas embaladas de dissabores que corroem os sentidos dos mortais. Não pude esquivar-me. Caminhar ensandecido, há tempos se tornou a casa que acolhia as destrezas da minha boemia. De amante galanteador a um sonhador desiludido, vítima do sentimento mais solene que em meu ser delongou, mas que deixara indícios de sua indiferença. De certo este dia adoeceu meus sentidos, no momento em que soube da ingratidão. Sequer veio despedir-se! E aquele amor nunca me pertenceu. Quando dei por conta, meu eu divagava entre lembranças que lançavam furor e pranteei o pesar de minha fragilidade sôfrega. Pensamentos dispararam na busca incessante pelo cheiro que adentrava em meus poros enlaçando nossos beijos cálidos, o abraço firme e a sua forma esplêndida de se entregar, em cada movimento abrasado do seu corpo emanam as poesias mais belas, aprisionadas em paredes, e que a minha mente consegue captar. Seus olhos afáveis resplandecem paixão... Memórias, tudo que me sobrou! Insensatos atos que o coração insiste em acolher. Embora prisioneiro seja eu de um sentimento insano, que vai além do que jamais senti em minhas andanças ao luar boêmio, aceito a penitência. Por quantas vezes me for permitido apreciar as agruras desse círculo de impossibilidades que fulguram meus desejos, que doses de desvarios me sejam servidas em medida certa. Sei que meu chão não pode afundar mais que isto.



"Quando a esperança e a promessa desaparecem
E o sol se esquece de nascer
Eu estou sozinho e com sede
Mas é melhor eu me manter seco
Não mais que dois goles de lágrimas..."



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Nothing Compares 2 U



Sem meio termo, assumo logo que Sinéad O'Connor é uma das minhas cantoras favoritas, o que me torna suspeita a falar sobre ela. Sim, eu sei. Até porque depois de ouvir várias versões da música "Nothing Compares 2 U" o pódio continua em seu poder e ainda mais concreto. Não é minha música preferida da O'Connor, mas é daquelas que embalam os momentos chorosos. 
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“Nothing Compares 2 U” foi composta por Prince para o grupo The Family em 1985, mas só obteve sucesso em 1990 com a irlandesa Sinéad O’Connor, que mostrou toda a doçura de sua voz e seu jeito único de interpretar, elevando a música ao topo do sucesso nas paradas musicais do mundo inteiro, alcançando  finalmente o estrelato. Pode-se dizer que esta foi a canção de sua vida. Seu grande destaque de maior êxito. Inclusive o clipe virou hit na MTV, retratando o sentimento exposto na composição através de closes em sua face e nas paisagens icônicas de Paris. Não à toa que foi a primeira artista mulher a vencer a categoria de Melhor Clipe no MTV Video Music Awards. Disso se tira a combinação perfeita, assim como o queijo e a goiabada. Tipo "almas gêmeas". Paixão desmedida entre ela e a canção de Prince, o eterno Mr. Purple Rain.
Não desmerecendo as outras versões, que ficaram bem à gosto, como: O próprio Prince, The Family, Dune, Stereophonics, All Angels (Recorde imediato de exibição no YouTube quando lançado), Ben Taylor, Me First and the Gimme Gimmes, Northern Kings, Dan Kelly, Shine Toy Guns (Tributo ‘goth-electro’ à Prince) e Dinho Ouro Preto. Mas a versão de Sinéad O’Connor…


 

 

"Porque nada se compara
Nada se compara a você"

(Nothing Compares 2 U)


Estilosamente diferenciada, O'Connor ainda interpretou outras regravações célebres, se apegou às aventuras no lado folclórico do cenário musical irlandês e virou polêmica ao rasgar a foto do Papa João Paulo II. Aos poucos foi deixando os palcos de lado, mas antes se envolveu em causas políticas. O albúm "Gospel Oak" é dedicado ao povo de Ruanda, Israel e Irlanda. Anos atrás anunciou sua aposentadoria alegando necessidade de cuidar da sua vida espiritual e da sua família. Mas de certo que sua carreira sempre estará preservada. 


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De versos se fez canto



"Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão,
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração.

Meu coração,
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos,
De versos naufragados
E sem tempo...

Rimas, de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais."



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Festa junina do lado de cá




Em plena festividade épica dos enraizamentos tradicionais nordestinos, me pego degustando elevado índice de ociosidade com recheio de languidez e cobertura da tal sensibilidade dita pelo Zeca Baleiro lá em "Flor da Pele". Não que isso me seja de rara existência, pelo contrário, o meu interior possui a essência dos sentidos plangentes, que aqui e acolá atestam motivos de suas manifestações. Até prefiro que assim o seja! Introspectivamente, são emoções saudáveis que me amadurecem mais um bocado. Talvez essa coleção de indisponibilidade pelo festejo junino seja causada pelo meu desejo de voltar às origens e pelo menos dançar o bom forró pé-de-serra, mas hoje o povo não quer mais saber disso, e não se tem mais disso por aqui. (Se tem ou terá, não chegou aos meus ouvidos.) Em se tratando do centenário do nosso grande Luiz Gonzaga, sequer estão fazendo juz ao legado que o rei do baião nos deixou. Isso é decepcionante. Sendo sincera, já faz um tempão que tento excluir esse período do meu calendário, pois se as festividades não estão lá bem ao meu gosto, tudo fica um porre. Não curto muito comida de milho, não suporto barulho de bombas, quero quebrar os paredões que passam tocando "Eu quero tchu, eu quero tcha..." ou "Tchê tcherere tchê tchê..." e seus derivados, e odeio o fogaréu por produzir a fumaça que irrita meus olhos, e pior ainda, por inflamar minhas amigdalas. Isso porque estou sentimental, meio que melancólica, imagina se não estivesse! Dessa vez, preferir ficar em casa não me salvou de tamanho infortúnio, pois esse festejo é interativo, mesmo que você não vá até ele, ele vem até você. Não tem como se livrar do barulho das bombas e da presença intrusa da fumaça. É o jeito suportar, pela boa nordestina que sou!


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Sensatez


“You have to give up  the life you planned to find the life that awaits you. All our life we grow by giving up things by loss and move on. Big things, little things. How we deal with these losses, defines who we are.”

“Você precisa esquecer a vida que planejou para encontrar a vida que te espera. Toda nossa vida crescemos desistindo de coisas por perda e seguimos em frente. Coisas importantes, coisas pequenas. Como lidamos com essas perdas, define quem somos.”


(Citado num episódio de Brothers & Sisters)

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Le vin rouge




“Regardez autour de vous, c’est bien connu: le vin parle! (…)
Il crie, le vin, il vocifère, il vous chuchote à l’orreille(…)
Chaque bouteille vous découvre le parfum d’autres temps et d’autres pays.
Et chacune vous offre son bouquet de souvenirs.”


"Olhe ao seu redor, é bem conhecido: o vinho fala! (...)
Ele grita, ele vocifera, ele te sussurra ao ouvido(...)
Em cada garrafa você descobre o sabor de outros tempos e de outros países. 
E cada uma te oferece seu bouquet de lembranças.”


(BD Châteaux Bordeaux – 1. Le Domaine)

 

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If You Leave Me Now



Conheço essa música desde que me entendo por gente, mas neste momento ela me tocou tão profundamente que dialogou com minha alma, trocou correspondência e prometeu voltar. Sim, talvez eu esteja sensível demais, vagueando de mãos dadas com a nostalgia.






If you leave me now
You'll take away the biggest part of me
Oooh no, baby please don't go

And If you leave me now
You'll take away the very heart of me
Oooh no, baby please don't go
...

(If you leave me now-Chicago)



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O Amor e a Loucura

A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa. Todos os convidados foram. 
Após o café, a Loucura propôs: 

- Vamos brincar de esconde-esconde? 

- Esconde-esconde? O que é isso? - perguntou a Curiosidade. 

- Esconde - esconde é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês se escondem. Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar. Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. 

-1,2,3,.. - a Loucura começou a contar. 

A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
 
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. 

A Alegria correu para o meio do jardim. 

Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder. 

A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele de baixo de uma pedra. 

A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo. 

O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove. 

- Cem - gritou a Loucura. - Vou começar a procurar. 

A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar. 

Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder. 

E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez... 

Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou: 

- Onde está o Amor? 

Ninguém o tinha visto.

A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito. 
Era o Amor, gritando por ter furado o olho com um espinho! 
A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas.
Hoje, o Amor é cego e a Loucura o acompanha sempre. 

(Autor desconhecido)





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Blowin' In The Wind e apagando as velinhas

 

 

"Surpreende-se aquele que pensa que o bom e genuíno artista de rock (e suas variáveis) deve morrer aos 27 anos. Tudo bem, temos Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e, o primeiro de todos, Robert Johnson; contudo, também temos bons exemplos de músicos que estão na ativa até hoje: Keith Richards, Mick Jagger, Paul McCartney, Leonard Cohen, Neil Young, Tom Waits e, obviamente, Bob Dylan." (Dylanesco) 


Hoje parabenizar um gênio da música mundial pelos seus 71 anos de vida, que diga-se de passagem, recheada de altos e baixos, é extremamente gratificante. Me refiro a um certo Bob Dylan nascido em 24/05/41, o qual me fez o favor de lhe prestar admiração desde a primeira música que ouvi, daí então a cada coisa nova descoberta, seja numa leitura, numa música ou numa produção biográfica, percebo a peculiaridade intríseca nesse ser humano, o dom encarnado, um gênio. O menino prodígio escreveu seus primeiros poemas aos dez anos de idade e na adolescência aprendeu sozinho a tocar guitarra e piano. Tem como seu companheiro inseparável o violão, além de dominar o baixo, a guitarra e o teclado. O folk foi seu berço, mas gradativamente foi trazendo uma banda para acompanhá-lo em incursões mais elétricas, o que adiciona aos seus poemas cantantes a melodia perfeita. Dylan para mim é um dos maiores letristas do mundo!


Sua carreira possui uma variante de peripécias, em meio a tantas, um dos fatos mais pitorescos aconteceu no festival de Newport, quando sua banda subiu ao palco e foi exaltadamente vaiada pelo público, sendo chamado de traidor pelos fãs mais radicais do folk, eles queriam ver o Dylan voz e violão abstendo-se do eletrônico. Muitos quiseram pintar um político, mas a cada álbum ele se via mais distante, como os filmes do surrealista David Lynch, aberto a qualquer interpretação. 
A inspirada cinebiografia de Bob Dylan, "I’m not there", do diretor Todd Haynes, é baseada nas lendas por trás do mito para contar, reescrever e criticar os fatos marcantes da sua vida. Será ele um poeta, um pastor ou a voz do trabalhador norte-americano?  Para seus fãs e vários especialistas na cultura pop a resposta é absolutamente sim, mesmo o próprio Dylan negando todos esses atributos. Certamente foi por isso que permitiu o uso de suas músicas no filme e construiu um painel contraditório amparado em fatos e lendas. 


No mais alto patamar destaco algumas das canções desse tal fascinador que me tomam: Blowin' in The Wind, The Times They Are A-changin', Knocking On Heaven's Door, Positively 4th Street, Just Like A Woman, Subterranean Homesick Blues, Visions of Johanna, Series of Dreams, I Want You, Forever Yong...Oh, são tantas! E ponto para o álbum, que assim como eu, muitos o tem como favorito: O "Highway 61 Revisited" lançado em 1965, representa a notável selvageria de Dylan, tal como expressou o seu produtor Bob Johnston: "Deus não tocou no seu ombro para inspirá-lo, Ele desceu dos céus e lhe deu (em Dylan) um chute no rabo", Foi como receber um espírito divino, no seu mar de criatividade onde as coisas fluíam em sessões intermináveis, diferentes e inacreditáveis a cada recomeço.



As escolhidas:


Like A Rolling Stone: Antes de tudo deve ser destacada como 1º Lugar no top 500 das melhores músicas de todos os tempos da revista Rolling Stone. Agora sim imagine-se num mundo hostil, sozinho e jogado ao léu. Esta é a experiência proposta. Uma obra-prima do rock. Esta canção abriu portas para a mudança de direção de sua carreira, tendo ele até planejado o fim dela por todos a interpretarem mal. Tentaram fazê-lo o porta voz da juventude, o mártir da anarquia e ele não era nada disso. Uma revolução musical que ficou por conta de sua voz ambiguamente jovem e cínica, juntamente com a perfeita combinação de orgão e guitarra. Ela continha cerca 10 páginas quando foi reescrita de 20, e foi concebida sem compromisso. No filme "Don´t look Back" aparecem cenas com Dylan datilografando poemas, prosas e músicas, mostrando que foi alí que a música nasceu. Das reviravoltas da história do rock, grande parte foi modelada partindo dela.

Tombstone Blues: Às vezes penso se esse blues rock poderia ter sido composto por outro artista que não fosse Bob Dylan! É tão intrísico na sua "ideologia" seguido do seu momento surreal, nos envolve em viagem de analogias a figuras bíblicas e históricas. Considero uma Preciosidade.

Ballad Of A Thin Man: Esta é a minha preferida do álbum! Uma balada ameaçadora, lenta, mas nos distrai com sua letra incisiva a qual direciona um leque infinito de interpretações. Dylan dispõe respeito ao que defino como primordial na arte, que é a forma de oferecer ao apreciador a liberdade de interpretações. A canção se desenrola numa espécie de diálogo com o suposto Mr. Jones, que todos tentaram entender. Para alguns era um jornalista, representando vários jornalistas, tentando entender e explicar o significado da obra de Dylan, mas não obtiveram sucesso. Para outros, Mr. Jones é Brian Jones, antigo membro do Rolling Stones que foi morto em 69, e assim cada um interpreta da sua maneira.

Highway 61 Revisited: A música é dividida em 5 estrofes e cada uma aborda uma história distinta, onde um determinado problema é resolvido na Highway 61. 
Sobre a estrada: São 2.300 km, vai de Louisianna a Minnesota. É considerada a "Estrada do Blues", seu cruzamento com a Highway 49 é a famosa encruzilhada em que o eterno Robert Johnson, supostamente, em troca da excelência no blues se vendeu ao diabo.

Desolation Row: Uma belíssima balada, um pouco diferente da representação do disco que é mais elétrica, esta é bem mais Dylan voz, violão e gaita.



Por fora do meu álbum preferido se encontra minha música preferida: "Tears Of Rage" do álbum The Basement Tapes. Esta me entorpece na magia "Dylaniana" sem pressa de voltar.



"Nós apontamos para o caminho a percorrer
E arranhamos seu nome na areia.../Estamos 
Tão só, e a vida é breve."


Salve, salve ao que mantém o instinto de mudança, ao que nunca olha para trás. E o que podemos esperar disso, Mr. Dylan?








"Hei de saber bem minha canção, antes de começar a cantar."







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Encanto dos encontros




Ao dizer que a vida é a arte do encontro você citou o poeta que lhe inspirou. Procede inferir que é assim mesmo? Às vezes esperamos formalidades e ela nos traz descontração. Em meio a um trânsito frenético movimentado ao bel prazer do Sr. Tempo, promove-se encontros que não precisam, necessariamente, alongar algumas horas para girar nossos pensamentos de lugar. Estou falando de encanto, não de homem-mulher, Mestre-aprendiz, mas sim do encanto amizade. Gente que possui sede de mundo, de histórias, de vida. Seres que compartilham as mesmas práticas, que expõem as emoções no lugar merecido e racionalizam apenas o substancial, que falam de seus amores como bons e velhos amigos confidentes e que trocam dedicatórias mesmo à parecer cartas secretas e proibidas. Gente que sabe dividir uma boa garrafa de vinho e compartilhar conhecimentos, seja de política, filmes, livros, músicas, descobrindo a magia noturna regada à jazz, blues, rock, ou o som que o momento pede. Já me disseram que as pessoas com gostos parecidos tendem a se encontrar, como uma força que os unem, assim como o imã. Firma o transcendente. Às vezes, o encanto é sustentado pelo próprio encanto. Muitos podem não compreender, mas para essa espécie sedenta de mundo, isso prediz o seu sentido.

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Exagerada




"Verdades sejam ditas, berradas, cuspidas. Mas há de se dizer com jeitinho, com carinho, quase num sussuro, como manda a etiqueta. Nada que chegue perto dessa verve teatral que me faz quase rasgar a roupa, estremecer terras e céus, chorar o Parque Solon de Lucena ou inundar o Jacaré. Talvez um banho de loja clássica e algumas aulas de educação francesa me cairiam bem. Quem sabe o riso da Monalisa um dia não se encaixe naquele batom carmim? Mais um ano de terapia pode neutralizar as emoções, quiçá me transformar naquelas bonecas de vitrine que fazem gosto de mostrar por aí. Mas no dia em que você me vir apática, meu bem, quando o riso alto e a voz forte fizerem falta, é porque a paixão terá morrido em mim."

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A vida é estranha




"Tanto eu tinha pra dizer, tanta coisa eu calei.
Foi por medo de sofrer que eu  sofri.
Foi pensando em me guardar e querendo não querer,
Me dizendo pra esquecer, foi pensando só em mim
Que eu pensei só em você.
Foi tentando me afastar, foi negando o meu amor,
Foi por não querer amar que eu amei você."

(Sonho Lindo-P. Ricardo)


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Bem que te quis


"E a pupila acesa do seu olho disse love"





Enquanto eu corria atrás das borboletas e desejava encontrar o pote de ouro no fim do arco-íris, um castelo de sonhos estava sendo construído para mim sem que eu percebesse, adequado à minhas fantasias, minha personalidade e meus desejos. Assim, me dei conta de que estamos sempre buscando a felicidade e que às vezes ela pode estar ao lado, bem perto, e deixamos escapar por mera falta de atenção, egoísmo, orgulho ou comodismo. A escolha é o passaporte. Ainda bem que tomei posse do castelo antes que desmoronasse! E você, não espere que fique tarde demais.

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Da progênie GN'R: Frustrações incompreendidas


Rock N' Roll Hall Of Fame 2012


Enquanto os fãs do Guns N' Roses original formado por Axl Rose; Duff Mckagan; Izzy Stradlin; Steven Adler e Slash, pulavam de alegria pela indução ao Rock N' Roll Of Fame, os moços prestigiados demonstravam uma tensão digna da "novela" que já venho acompanhando há dias pelos blogs, redes sociais, principalmente nas comunidades do orkut, que é onde a turma pipoca as novidades e aproveita pra opinar. Para quem não sabe, o Rock n' Roll  Hall Of Fame é um museu onde as maiores bandas de rock são homenageadas, melhor dizendo, quem quiser virar uma relíquia e entrar para a história do rock, precisa passar por esse famoso museu. Agora foi a vez do Guns e os diretores do Hall deram à formação original esse privilégio, e ressalto três figuras que também experimentaram o auge, Matt Sorum que tomou posse da Bateria após a saída do Steven Adler, Gilby Clarke que substituiu Izzy Stradlin na Guitarra base e Dizzy Reed nos Teclados que ainda permanece na banda. Foi a partir daí que começou o alvoroço, pois despertou nos fãs a esperança de uma possível reconciliação, essa seria a oportunidade de vê-los todos reunidos, um almejo sem tamanho e explicação, mas como desilusão pouca é bobagem, nada como um divórcio mal executado para atrapalhar um sonho inconteste, que o diga Slash e Axl. 

No meio de tantas insinuações, algumas pronúncias até que convenceram. O doce, inteligente e sensato Duff Mckagan escreveu em sua coluna na ESPN: "O único motivo que me faz ir para Cleveland nesse final de semana não é para saborear algum tipo de elogio ou porque é uma premiação que é importante para mim. Eu vou porque eu percebi o quanto isso é importante para todos os muitos e muitos fãs que nos apoiaram e acreditaram em nós, e mostraram isso em massa...Mas, infelizmente, eu sou responsável apenas por mim, e só posso falar por mim. Eu perdoei e esqueci. Tenho crescido e andado em frente..." Izzy Stradlin pediu ao Duff que publicasse sua fala na coluna semanal do jornal Seattle Weekly: “Eu esperei até essa altura para ver o que ia virar da indução do GN'R ao RRHOF. Eu gostaria de dizer obrigado e gracias ao RRHOF por reconhecer nosso trabalho ao longo dos anos como uma banda. muito obrigado a todos meus colegas de banda que ajudaram a chegar onde estamos hoje. E, claro, obrigado a todas as pessoas nesse planeta (incluindo, mas não restringindo, o universo inteiro e além, etc, etc etc) que apoiou o Guns N' Roses desde o primeiro dia. Adios amigos!" Ainda restava um pouco de esperança até que o Axl Rose resolveu dar seu veredicto, para desgosto dos fãs, ele ecreveu para os órgãos de comunicação social dizendo que não iria comparecer no RRHOF: "Há um revisionismo e fantasias sem fim, destinados a fins de autopromoção e oportunidades de negócio, que mascaram a realidade...É tempo de seguir em frente. As pessoas divorciam-se. Não devemos esperar que a vida nos ofereça um final à custa de outros..." Ao perguntarem se poderia haver uma turnê com a formação original, sua resposta foi concreta: "Não nesta vida!" A certeza de que a turma toda tocaria no RRHOF foi por água abaixo. Slash declarou: “...Eu ainda tinha esperanças, do fundo do meu coração, em que pudéssemos nos reunir e tocar, mas foi apenas um desejo, isso não vai acontecer. Então, agora eu estou mais animado em apenas ser indicado.” Steven Adler concluiu: "Axl não acredita em nenhum de nós..." E assim o sonho se encerra.


Decepcionante? Talvez mais incompreendido! Custa aceitar que aqueles garotos não são os mesmos? Houveram muitos desacordos, mágoas, cada um seguiu seu rumo, e o que me impressiona é que são as pessoas que bem sabem o quão horrendo foi a separação, que mais xingam a falta de interesse deles em se reconciliarem, esses deveriam ser os primeiros a compreender que um cristal quebrado não cola, ao invés de ficarem sempre lembrando que o Axl é o vilão dessa história, o causador da dispersão, por desde sempre se achar o dono único e exclusivo da banda, da expulsão do Steven, o desentendimento com Slash, até a saída dos outros membros por não suportarem mais tanta discrepância. Então, como tentar reverter esse quadro se depois de anos a mágoa permanece? Conformação, meus caros, é a palavra certa! E a imagem do “New” GN'R? a banda continua com o Axl e seus novos parceiros. Pode-se aclamar a formação clássica, ser saudosistas, xiitas e viúvas, estão no direito, mas é necessário refletir se vale mesmo a pena desprezar a imagem dessa nova banda para continuar com idéias ilusórias que nunca irão acontecer, e me parece de extrema impertinência exigir isso deles.  Sempre que se falava em tocar no RRHOF a tensão era tanta que me fez perceber que se eles tocassem forçadamente, apenas para satisfazer os fãs, seria um desastre. Assim como  Axl e Dizzy Reed, Izzy também não compareceu, a ausência foi tão desrespeitosa e intrépida quanto ressentida, eu sei, mas, entendo a postura de ambos, e admiro os que foram. Todos nós temos o direito de tomar as decisões que nos convém. Isso tudo é tão avessado que prefiro preservar a imagem da banda lá de antigamente, afinal o melhor do Guns está lá!


Um salve aos queridos: Duff, Slash, Steven, Matt e Gilby, por terem honrado os fãs com essa homenagem, mais que merecida, no RRHOF ontém, 14/04. Foi um momento mais emocionante para nós do que para eles, pode ter certeza!  E quem soltou a voz no lugar do Axl Rose foi o vocalista da banda Alter Bridge, Myles Kennedy.



"Eles viviam em seu 'buraco', escrevendo canções em caixas de pizza e guardanapos de bar, à procura de uma bebida e um lugar para dormir. E eles fizeram isso pelo amor de tocar rock n' roll no volume mais alto possivel. A única coisa que os distinguem de todos os outros é coragem, o coração e a alma. E o mais importante, eles contaram a verdade e pintaram um retrato do mundo louco que viviam. (Billie Joe Armstrong-Parte do discurso de indução do GN'R ao RRHOF.)

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